Sob aquele céu estrelado, por vezes meio nublado
Em ruas desconhecidas, algumas sem placas nítidas
Eu andava e sentia o frescor do mato
Fresco e limpo, de perfume molhado
Gerando sensações que eu queria mantidas
Guardadas em molduras como um retrato
Daqueles retratos que não se separa
Que quanto mais velho fica, mais nova a imagem
Que se movimenta e nunca mais para
Que aperta o peito e desperta a engrenagem
De um coração que vive todo acelerado
De um olho que lacrimeja todo inundado
Toda vez que lembro daquela noite ao teu lado.
(composta e musicada)
Poemas da Urbis (Poesia urbana e ocasional. Fotografia experimental). * Contos * Letras de músicas * Por Alessandra Fahl Cordeiro
domingo, 6 de março de 2011
Tantos anos após
"Eat, drink and love; what can the rest avail us?"
(Come, bebe e ama; de que pode nos valer o resto?)
Lord Byron, Dom Juan
"Nas noites de verão namoro estrelas"
Álvares de Azevedo
Tantos anos após
Tantos momentos a sós
Tantos sonhos entre nós.
Sempre quis te beijar
Sempre quis te abraçar
Sem hora pra acabar
Sob a luz do luar
Sem querer chegar
Na hora de separar.
Tamanha a saudade
Que eu sinto de você
Sentimento que não tem idade
Nem hora pra acontecer.
Nunca duvide, meu amor
Se eu ainda te amo, homem
Você não faz idéia do calor
Que me envolve com teu nome.
Quando olhar para o céu estrelado
Nunca se esqueça da mulher
Que vive há anos do teu lado
Sempre olhe, sempre que puder
Para quem tens amado.
Liquefazendo
Estranhos os dias que passam
Em meio a cadernos amassados
Pela indiferença do tempo corrido.
Instante que sobrevoa a memória
Quase apagada e guardada
Que revela semelhanças
Entre dias nublados e sonolentos.
Sonhos desmancham como espuma
Perfumada e vibrante até o momento
Em que se liquefaz para sempre
Numa finalização silenciosa
Acompanhada por olhos melancólicos
Quando piscam apagando um verso.
Em meio a cadernos amassados
Pela indiferença do tempo corrido.
Instante que sobrevoa a memória
Quase apagada e guardada
Que revela semelhanças
Entre dias nublados e sonolentos.
Sonhos desmancham como espuma
Perfumada e vibrante até o momento
Em que se liquefaz para sempre
Numa finalização silenciosa
Acompanhada por olhos melancólicos
Quando piscam apagando um verso.
Aniversário
No seu aniversário
A beleza dos anos
Passa rápido frente aos seus olhos.
No seu aniversário
A vida parece uma congruência
De sentidos num verso infinito.
No seu aniversário
As flores parecem mais vivas
Das vidas que brotam no jardim.
No seu aniversário
As árvores continuam crescendo
Nascendo e vivendo como sempre foram.
No seu aniversário
Jardins não existem
Pois os terrenos da vida no mundo
São grandes demais para uma única existência.
No seu aniversário
Os pássaros cantam a sua vida
E as vidas que em vidas são vistas
Na música do seu perfume
Na correnteza do seu nome
Desabrocha mais um ano quanto te encontra
No seu aniversário.
A beleza dos anos
Passa rápido frente aos seus olhos.
No seu aniversário
A vida parece uma congruência
De sentidos num verso infinito.
No seu aniversário
As flores parecem mais vivas
Das vidas que brotam no jardim.
No seu aniversário
As árvores continuam crescendo
Nascendo e vivendo como sempre foram.
No seu aniversário
Jardins não existem
Pois os terrenos da vida no mundo
São grandes demais para uma única existência.
No seu aniversário
Os pássaros cantam a sua vida
E as vidas que em vidas são vistas
Na música do seu perfume
Na correnteza do seu nome
Desabrocha mais um ano quanto te encontra
No seu aniversário.
Águas
Na chuva eu sou uma sombra
Vagando por territórios estranhos
Correndo por entre as águas
Que escorrem dos meus cabelos
As gotas que acertam em cheio
O fundo dos teus olhos
Confundem minhas lágrimas
Rolando em meio às águas
Da tempestade que escorre
Lavando meus cabelos.
Tão cinza a paisagem
Que levanta do teu rosto
Molhado pelas águas
Que escorrem frias dos meus cabelos
Meus pés gelados andando
Sobre as pedras que escorregam
Tão frias e tão cinzas
Indiferentes à tristeza
Que brota do meu peito
Vou andando nesta rua
Cheia das águas que escorrem
Tão frias e tão cinzas
Perdidas no meio do asfalto rachado
Segue meu coração um tanto cansado
Depois de um dia tão atribulado
Embaixo de um coberto furado
Os carros passando ao meu lado
No asfalto todo alagado.
O coração segue batendo
Não tem jeito, sempre atendo,
Apesar que nem sempre entendo
O motivo de poesias tão compridas
Quase nunca esclarecidas
Quase sempre escondidas.
Vagando por territórios estranhos
Correndo por entre as águas
Que escorrem dos meus cabelos
As gotas que acertam em cheio
O fundo dos teus olhos
Confundem minhas lágrimas
Rolando em meio às águas
Da tempestade que escorre
Lavando meus cabelos.
Tão cinza a paisagem
Que levanta do teu rosto
Molhado pelas águas
Que escorrem frias dos meus cabelos
Meus pés gelados andando
Sobre as pedras que escorregam
Tão frias e tão cinzas
Indiferentes à tristeza
Que brota do meu peito
Vou andando nesta rua
Cheia das águas que escorrem
Tão frias e tão cinzas
Perdidas no meio do asfalto rachado
Segue meu coração um tanto cansado
Depois de um dia tão atribulado
Embaixo de um coberto furado
Os carros passando ao meu lado
No asfalto todo alagado.
O coração segue batendo
Não tem jeito, sempre atendo,
Apesar que nem sempre entendo
O motivo de poesias tão compridas
Quase nunca esclarecidas
Quase sempre escondidas.
Passageiro Suspiro
Selada na tristeza do asfalto
Imperando nas horas mortas
Vezes sentindo nada, vezes sentindo tudo,
No passageiro suspiro da vida
Que arrebenta as bocas caladas
Das línguas mortas sem batalha
Amedronta – se a liberdade
Dos infinitos prazeres cravados na memória
Dos absurdos distantes
Além dos muros e das portas lacradas.
Silêncio, nada se fala.
Imperando nas horas mortas
Vezes sentindo nada, vezes sentindo tudo,
No passageiro suspiro da vida
Que arrebenta as bocas caladas
Das línguas mortas sem batalha
Amedronta – se a liberdade
Dos infinitos prazeres cravados na memória
Dos absurdos distantes
Além dos muros e das portas lacradas.
Silêncio, nada se fala.
Escuridão
Quando todas as forças convergem
Sonoras e ruidosas para um turbilhão
De imagens que chegam e se perdem
Caladas e vagarosas numa procissão
Os olhos vazios anunciam parados
Todas as dores que seguem perenes
Em uma rotatória de sonhos passados
Quase sem estrelas brilhando entre eles
Mas ainda servindo de palavras
Quase sem força e sem emoção
Rachando saudades não procuradas
Nos momentos de maior escuridão.
Sonoras e ruidosas para um turbilhão
De imagens que chegam e se perdem
Caladas e vagarosas numa procissão
Os olhos vazios anunciam parados
Todas as dores que seguem perenes
Em uma rotatória de sonhos passados
Quase sem estrelas brilhando entre eles
Mas ainda servindo de palavras
Quase sem força e sem emoção
Rachando saudades não procuradas
Nos momentos de maior escuridão.
Distância
Sexta feira paralela
Na vontade
De entardecer
Sombria
A distância
Que me separa de você
Se eu pudesse te ver
Beijaria
Sua boca
Até amanhecer
Na vontade
De entardecer
Sombria
A distância
Que me separa de você
Se eu pudesse te ver
Beijaria
Sua boca
Até amanhecer
Apenas andando
De pessoas
eu sinto saudades
meus olhos de água
Voando
na memória
Correndo
em labirintos
Onde a saída
é uma imagem
Uma fotografia
Envelhecida
Remoçando
Sem margem
Refletia
Apenas andando
Na grande avenida.
eu sinto saudades
meus olhos de água
Voando
na memória
Correndo
em labirintos
Onde a saída
é uma imagem
Uma fotografia
Envelhecida
Remoçando
Sem margem
Refletia
Apenas andando
Na grande avenida.
Num vidro poluído
Num vidro poluído
Tomado pela fuligem
A paisagem esmorece
Devagarinho.
Parada no trânsito
Sumindo no asfalto
As melhores lembranças
Numa tarde de neblina.
Esfriando o motor
Das engrenagens
Do sonho mais acima
Escrevi no celular
Digitando cada letra
Como se fosse acabar
A tinta da caneta
Como se fosse realizar
Mudança estreita.
Tomado pela fuligem
A paisagem esmorece
Devagarinho.
Parada no trânsito
Sumindo no asfalto
As melhores lembranças
Numa tarde de neblina.
Esfriando o motor
Das engrenagens
Do sonho mais acima
Escrevi no celular
Digitando cada letra
Como se fosse acabar
A tinta da caneta
Como se fosse realizar
Mudança estreita.
sábado, 5 de março de 2011
Urbana e monumental
Agora ninguém passa!
Todos fechados no trânsito.
Cigarrinho gostoso dentro do Fusca...
Ambulância querendo passar,
Buzinas agressivas em sinfonia.
Motos atrevidas despedem – se vaidosas
Motores fervendo sob a luz dos faróis
Passageiros impacientes pedem arrego
Desta malha urbana capitada
Na alma humana destroçada
Sem vínculo sentimental
Só falando coisa e tal
Urbana e monumental.
Civilizada na poeira
Que respiram os pulmões sufocados
Pela gota que é drama
Acende e derrama
A garoa dos faróis.
Passa de bicicleta o felizardo
É o menos estressado!
Estrada dos Alvarengas...
Fica longe, quem agüenta?
Vou até a Pauliceia,
Tão na alma que é ateia
Feliz e sufocado
O habitante de São Bernardo
Conta mais um movimento
Sabendo que poesia eu aguento.
Todos fechados no trânsito.
Cigarrinho gostoso dentro do Fusca...
Ambulância querendo passar,
Buzinas agressivas em sinfonia.
Motos atrevidas despedem – se vaidosas
Motores fervendo sob a luz dos faróis
Passageiros impacientes pedem arrego
Desta malha urbana capitada
Na alma humana destroçada
Sem vínculo sentimental
Só falando coisa e tal
Urbana e monumental.
Civilizada na poeira
Que respiram os pulmões sufocados
Pela gota que é drama
Acende e derrama
A garoa dos faróis.
Passa de bicicleta o felizardo
É o menos estressado!
Estrada dos Alvarengas...
Fica longe, quem agüenta?
Vou até a Pauliceia,
Tão na alma que é ateia
Feliz e sufocado
O habitante de São Bernardo
Conta mais um movimento
Sabendo que poesia eu aguento.
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