Agora ninguém passa!
Todos fechados no trânsito.
Cigarrinho gostoso dentro do Fusca...
Ambulância querendo passar,
Buzinas agressivas em sinfonia.
Motos atrevidas despedem – se vaidosas
Motores fervendo sob a luz dos faróis
Passageiros impacientes pedem arrego
Desta malha urbana capitada
Na alma humana destroçada
Sem vínculo sentimental
Só falando coisa e tal
Urbana e monumental.
Civilizada na poeira
Que respiram os pulmões sufocados
Pela gota que é drama
Acende e derrama
A garoa dos faróis.
Passa de bicicleta o felizardo
É o menos estressado!
Estrada dos Alvarengas...
Fica longe, quem agüenta?
Vou até a Pauliceia,
Tão na alma que é ateia
Feliz e sufocado
O habitante de São Bernardo
Conta mais um movimento
Sabendo que poesia eu aguento.
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