sábado, 5 de março de 2011

Urbana e monumental

Agora ninguém passa!

Todos fechados no trânsito.

Cigarrinho gostoso dentro do Fusca...

Ambulância querendo passar,

Buzinas agressivas em sinfonia.

Motos atrevidas despedem – se vaidosas

Motores fervendo sob a luz dos faróis

Passageiros impacientes pedem arrego

Desta malha urbana capitada

Na alma humana destroçada

Sem vínculo sentimental

Só falando coisa e tal

Urbana e monumental.

Civilizada na poeira

Que respiram os pulmões sufocados

Pela gota que é drama

Acende e derrama

A garoa dos faróis.


Passa de bicicleta o felizardo

É o menos estressado!

Estrada dos Alvarengas...

Fica longe, quem agüenta?

Vou até a Pauliceia,

Tão na alma que é ateia

Feliz e sufocado

O habitante de São Bernardo

Conta mais um movimento

Sabendo que poesia eu aguento.



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