domingo, 6 de março de 2011

Águas

Na chuva eu sou uma sombra

Vagando por territórios estranhos

Correndo por entre as águas

Que escorrem dos meus cabelos

As gotas que acertam em cheio

O fundo dos teus olhos

Confundem minhas lágrimas

Rolando em meio às águas

Da tempestade que escorre

Lavando meus cabelos.

Tão cinza a paisagem

Que levanta do teu rosto

Molhado pelas águas

Que escorrem frias dos meus cabelos

Meus pés gelados andando

Sobre as pedras que escorregam

Tão frias e tão cinzas

Indiferentes à tristeza

Que brota do meu peito

Vou andando nesta rua

Cheia das águas que escorrem

Tão frias e tão cinzas

Perdidas no meio do asfalto rachado

Segue meu coração um tanto cansado

Depois de um dia tão atribulado

Embaixo de um coberto furado

Os carros passando ao meu lado

No asfalto todo alagado.

O coração segue batendo

Não tem jeito, sempre atendo,

Apesar que nem sempre entendo

O motivo de poesias tão compridas

Quase nunca esclarecidas

Quase sempre escondidas.



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