Na chuva eu sou uma sombra
Vagando por territórios estranhos
Correndo por entre as águas
Que escorrem dos meus cabelos
As gotas que acertam em cheio
O fundo dos teus olhos
Confundem minhas lágrimas
Rolando em meio às águas
Da tempestade que escorre
Lavando meus cabelos.
Tão cinza a paisagem
Que levanta do teu rosto
Molhado pelas águas
Que escorrem frias dos meus cabelos
Meus pés gelados andando
Sobre as pedras que escorregam
Tão frias e tão cinzas
Indiferentes à tristeza
Que brota do meu peito
Vou andando nesta rua
Cheia das águas que escorrem
Tão frias e tão cinzas
Perdidas no meio do asfalto rachado
Segue meu coração um tanto cansado
Depois de um dia tão atribulado
Embaixo de um coberto furado
Os carros passando ao meu lado
No asfalto todo alagado.
O coração segue batendo
Não tem jeito, sempre atendo,
Apesar que nem sempre entendo
O motivo de poesias tão compridas
Quase nunca esclarecidas
Quase sempre escondidas.
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